Aos 13 anos de idade saí da casa dos meus pais,
em Urbano Santos, MA e fui morar em
Brejo, conhecida como Brejo dos Anapuruses ou Anapurus, nome de uma tribo
indígena, que de acordo com a História habitou naquele lugar. Fui para um
Seminário para estudar pra ser Padre; levado Pelo então Padre Xavier, um
francês que escolhi como padrinho de crisma. No Seminário, em Brejo fiquei por
mais ou menos 2 anos; não gostando do
tratamento que nos era dado no Seminário, pela pessoa que lá tomava conta,
pedi pra sair, e logo fui atendido por meu Padrinho, vale aqui dizer que ele hoje,
aos 76 anos de idade é Bispo; nada menos que D. Xavier, que durante mais ou
menos 10 anos esteve como vigário de S. Benedito do Rio Preto e Urbano
Santo -MA, Paróquias pertencentes à Diocese de Brejo. Depois foi pra S.
Luís, onde esteve como Coordenador da Comissão Pastoral de Terra- CPT.
Foi Secretário Nacional do Comitê Episcopal França-América Latina,
foi Reitor do Seminário Maior, Santo Antonio, ocupou muitos outros cargos
que eu saberia dizer aqui com precisão, por isso limito-me em
fazer um breve resumo, incluindo nele sua nomeação a Bispo da Diocese de Viana
- MA em 1998 onde esteve até 2010, antes
de se tornar Bispo Emérito.
Porque
sou fotógrafo, foi isto que escrevi como título, no entanto pode parecer que perdi aqui o fio da meada, como fala um
dito popular; mas não, tudo isto, e muito mais faz parte do porque sou fotógrafo.
Saindo de Brejo fui pra S. Luís, lá cheguei
com 15 anos incompleto, no meio do ano, cursando a 7ª Série, diga-se de passagem, a mais
difícil de todo o colegiado; fui morar nas dependências da Igreja de Fátima, no
Bairro de Fátima, o “respeitado Bairro de Fátima”. Foi lá que passei os principais
dias de minha adolescência, posso dizer que lá foi um pouco onde tive meu
Caráter moldado. Passei a ser o 6° morador daquela casa, que tinha três Freiras,
o Secretário do Padre João de Fátima, Patrick Pardini, o filho do Fotógrafo que
mais tarde viria a ser o meu professor prático de fotografia...vou chegar lá, e
a pessoa responsável para me ajudar a descobrir minha vocação profissional. Na
casa tinha, ou deveria ter o próprio Padre João de Fátima, que seria aqui na
minha ordem (da minha narrativa), o 5° morador e dono da casa, que também era o
Pároco de Fátima. Quando falei deveria ter, é porque ele estava na França, seu
País de origem; foi para umas férias, depois da notícia da perda de sua mãe, e
lá ficou um pouco mais, depois de sofrer grave acidente automobilístico.
"Fui dar uma volta num carrinho que minha mãe deixou, havia chovido, um pouco
de óleo na pista, cochilei um pouco...entrei em baixo de uma carreta
parada”... foram mais ou menos uns 10 meses hospitalizado na França.
Antes de voltar já sabia sobre mim, e em uma mensagem que gravou numa fita K-7
para os moradores da casa, digo, da Igreja, dirigiu também a mim
Fiquei
por 4 anos como Seminarista Menor, aprendi fotografar e revelar as fotos; Padre
João me incubia de fotografar algumas coisas da igreja e depois revelar
as fotos, e pedia para sempre usar filmes
que pudessem ser revelados lá mesmo, que era no caso, o preto e branco.
Depois se comportar mal, o fotógrafo da casa
foi despedido, e eu assumi o seu lugar como fotógrafo oficial
Depois
de 4 anos na Igreja de Fátima, como Seminarista, indeciso quanto à Vocação
Sacerdotal, decidi a não ficar mais, apesar de Padre Xavier ter me aconselhado
ao contrário. Algum tempo depois de deixar o Seminário, depois de ter
trabalhado como corretor de imóveis, e 2 anos como vendedor lolista,
da Mara Confecções, na Rua Grade nº 301,
resolvi pedir contas do emprego e montei um estabelecimento de foto, registrei
uma Micro Empresa e assumi de vez a profissão, que, apesar de tudo vejo
como digna e mais bonita.
Fotografar
me permitiu descobrir um mundo de beleza, que ao meu ver nenhuma outra
profissão faria. A história nos conta que antes da descoberta da captação de
imagens através da luz, ou da Escrita
através da Luz, descoberta essa atribuída a Aristóteles, entre 384 322 AC, ou ao pintor Leonardo
da Vinci, em 1452 - 1519. Aristóteles foi filósofo, Leonardo da Vinci, um
grande pintor; de qualquer forma, quem quer que tenha feito tal
descoberta, o investigador do porque das coisas, o Filósofo, ou alguém com habilidade
de passar para uma superfície, quadro, papel, etc. algo da imaginação, o pintor,
que antes da Fotografia retratava algo
com tinta e pincel em alguma superfície.
O
inventor não descobriu tudo, deixou, e ainda existe, apesar da “Era
Digital”, algo a ser descoberto a cada momento que se fotografa. E porque sou
Fotógrafo? nem sei se posso ser assim chamado,
um nome tão bonito e tão digno, que requer qualificações, exige pratica,
teoria... juntar tudo isto e muito mais,
descobrir o belo onde nem sempre é visível, arrancar de alguém um sorriso, registrando
o seu melhor lado, fazendo-o (a) sentir que a natureza e o "Deus da
Natureza" fez o lado belo, bonito e o positivo para contrastar com outro
lado
Porque
escolhi ser Fotógrafo, escrevi, mas alguém que me conhece ou que não conhece, e
se deu o trabalho de ler toda esta bobagem que escrevi, talvez pense, ou
pergunte mesmo: ele acha que é Fotógrafo? Eu respondo: Se Fotógrafo for aquele
que, por uma razão ou por outra, ou por amor
mesmo...vocação, digo,escolheu ser, eu estou no caminho. E não seria só
pra vender um pedaço de papel carimbado pela luz, por um preço insignificante,
na maioria das vezes, por falta de opção ou por uma questão de sobrevivência. O que faço, faço pra mim em primeiro lugar, a questão do dinheiro no caso, encaro como
pagamento que alguém precisa fazer a mim por um registro que julgue necessário
ou interessante, que não seja pra me ajudar, assim como eu, quando compro algo
de alguém não o faço pra ajudar, afinal somos todos dignos de receber
pagamentos pelo trabalho que fazemos, “O operário é digno do seu salário”,
disse certa vez Alguém em quem me inspiro. O dinheiro é uma conseqüência, como
todos os frutos os são, e somos todos capazes de produzir frutos que alimentem
a nós e aos outros, como somo somos capazes de escrever nossa história
inspirada na vida e que ajude na inspiração pra muitas outras que serão
contadas
Aqui uma
foto de Patrick Pardini, cujo o nome falei no início do meu relato
acima
Patrick Pardini e Fábio Castro. Foto: Michel Pinh
1 comentários:
-
Meu caro companheiro JEREMIAS FOTOGRÁFO, sou Edmilson Moura, teu amigo
vc me conhece,já foi FOTOGRAFO e hoje sou MOTOTAXISTA em Bacabal-MA, com
o numero de vaga 231, ou seja o colete 231, vc JEREMIAS é um exemplo de
de vida para mim, quero aqui te dizer que DEUS te abençoe mais e mais,
com muita humildade.
Ass. Edmilson Moura
Bacabal-MA
Celular (99) 8123-3244
Parabéns!!!
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